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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Anotações Randômicas

Anotações randômicas em uma aula sobre Fernando Pessoa, para ser mais específica, Alberto Caeiro, feitas em um caderninho velho e molhado:

- Cadê seu marido pomposo e o seu filho abastado revolucionário? De quantas coisas ele abriria mão por seus ideiais? O quanto conseguiria mudar na sua própria rotina, antes de lutar por uma transformação social mais drástica? Seria ele um FILHO DAS DIRETAS? (Em relação a uma possível personagem do meu embrinário romance.)

-  O que mudou na geração que nasceu nos anos 80? Por que algumas pessoas chamam seu posicionamento de apático e resignado? (Mais geral, mas ainda em relação ao embrionário romance.)

- Por que a internet é vista com tamanho desprezo por algumas pessoas? (Aqui eu já comecei a descanbar um pouco...)

- A representação de fatos sociais é fundamental na arte. Cadê as pessoas engajadas? O silêncio é a nova revolução? O post é o novo manifesto panfletário? (Chutei o balde?) 


- Mais uma filha de escola vigotskiana tentando ensinar/aprender, de forma dialética, por mediação e não por exposição/imposição de conteúdos... Mais uma discursiva, argumentativa, dissertativa... (Estava ácida já.) 

Estou procurando respostas, mas se alguém tiver uma luz, que seja iluminista e me ilumine.
 
 

quinta-feira, 29 de março de 2012

Um mundo escroto

Hoje acordei acreditando que vivemos, realmente, em um mundo escroto, sujismundo, horrendo. Um mundo que reitera o poder do dinheiro e não da ética; a prática da desigualdade e não da coexistência pacífica; do egoísmo e não da gentileza.

Dirigir em São Paulo não me fez mudar de ideia, muito menos apaziguar minha angústia. Começar o trabalho só fez eu me sentir como uma vaca...Sabe? Como um animal que rumina e masca e digere a mesma folha o tempo todo. 

Aí me mandaram um email assinado: "Bjs. Tenha um ótimo dia ensolarado".

Nesse momento eu derreti um pouco e pensei que, independente da visão geral, o microambiente em que estamos inseridos ainda faz diferença. O local, nesse caso, supera em muito o global. 

quarta-feira, 21 de março de 2012

A Coruja dos Sete Arcos


Nuvem de ferrugem no céu
Ao bel prazer celestial esparramada 
Banha a mim. 

Chuva de prata envelhecida
Fecha a ferida
Descrruza a mordida e me abre.

Sete voltas de chave para a direita, 
Embaixo dos sete arcos da Verdade,
A coruja pia
E canta os infortúnios das minhas cicatrizes expostas. 

segunda-feira, 19 de março de 2012

Outro dia tive um acesso e puf! deu em poesia!

Sem título 

Suas ondas me engolem 
E trucidam meu parco querer.

Contanto que revolvam as areias acumuladas no tempo 
E demovam as pedras na beirda d'água de seu destino enfadonho
Restará sempre, e infinitamente, 
O sentimento original, 
Do qual não há escapatória ou juízo.


 

sábado, 26 de novembro de 2011

Vai e vem

Ele foi, ele veio. Se enroscou nas minhas pernas, pediu carinho, e foi embora. Voltou num domingo a noite e recomeçou a cantar sua solidão. Meu coração ficou apertado, mas eu não sou mulher de malandro, não. Ele vai embora, mas retorna toda semana. De vez em quando eu me rendo, outras vezes me fecho. Meu gato bem que podia escolher o que quer. 

sábado, 12 de novembro de 2011

Os planos, muito mais que lindos, eles ficarão.

Planos de vida são como projetos de pesquisa: a gente tem uma hipótese, um protótipo de teoria, uma metodologia qualquer (que deve ser justificada posteriormente), a análise dos dados, os fatos que nos refutam, as abstrações... Projetos de pesquisa são feitos para serem jogados fora, afinal, são os pequenos passos didáticos que nos levam ao fim de um projeto e ao começo de um novo. A gente muda, vira, revira, sofre porque estava errada, fica alegre quando acerta ou quando faz as coisas certas, mesmo que o resultado não seja o esperado. Ou seja, o trabalho posterior pouco tem a ver com o projeto em sí.

Enfim, tudo isso é levado em conta na hora de se elaborar um plano de vida. A gente o faz pensando que sua finalidade é conquistar os nossos objetivos, muito embora eles mudem no próximo mês ou no próximo ano. A gente se foca no resultado e esquece de aprender com as metodologias, os caminhos e descaminhos que nos são apresentados ou impostos pela vida. O problema é que, na hora de elaborar um plano de vida, somos tão positivistas, quando deveríamos ser empiricitas. Planos são lindos na teoria, enquanto na prática tudo muda. E está tudo bem, porque fazer planos é sonhar, e a não realização não implica, necessariamente, em perda.

É, os planos, muito mais que lindos, eles ficarão. Como reminiscências da pessoa ingênua e sonhadora que um dia fomos, em comparação ao presente. Como prenúncios de um futuro promissor, que sempre que chega vira presente e, numa surpresa espetacular, se transforma e vira a gestação de algo novo. Vira mais um projeto a ser desconstruído.

ps: elocubrações de uma sexta-feira, véspera de feriado, nos recantos mais vazios da madrugada. Melhor momento ever para dar asas ao que fica reprimido durante o dia, por debaixo da rotina, do trabalho, dos direitos e deveres.


sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A peça no buraco

De 15 em 15 minutos, meu relógio me lembra que perdi 15 minutos de vida sentada aqui na frente do computador olhando uma tela branca, a qual eu não via faz meses. Todo sábado eu reservo para ir ao cabeleireiro, mas nem sempre isso é possível. Aos finais de semana, eu pretendo andar no parque e pedalar pelas ruas, mais tranquilas, de São Paulo. Cada coisa ou atividade em um compartimento de tempo. Quer saber? Nesse jogo, a regra é clara: para cada peça, só existe uma passagem correspondente. E a gente só sofre quando tenta fazer caber a estrela no círculo, ou  o quadrado no trapézio.



 
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