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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Sabiaguara merece um adendo

Sabiaguara é o nome de uma praia de pescadores localizada a mais ou menos 15 quilometros do centro de Fortaleza. Para chegar lá, atravessamos a cidade, pegamos uma estrada que mais parece a marginal pinheiros (mas é estrada, não avenida) e depois andamos por umas ruinhas locais todas esburacadas. 

A tal estrada era cercada por lojas, shoppings e supermercados. Construções um tanto megalomaníacas, mas olha quem diz, eu sou de São Paulo. O limite de velocidade era 60km por hora, por causa do grande tráfego de pessoas, ônibus e carros. A cada quarteirão, um semáforo. Larga como a Marginal Pinheiros e tão movimentada quanto. Bom, pode ser que a parte do movimento seja um exagero, mas os semáforos faziam com que longas filas de carros parassem de vez em quando, o que me chamou a atenção e fez lembrar do trânsito de São Paulo. Saudade? Obviamente, não. 

O GPS nos mandou virar a esquerda, pegar um contorno e cair no meio de um bairro de casas simples, ruas estreitas e mal pavimentadas. O asfalto já estava ondulado, velho. Pequenas lojinhas populares se estendiam às margens do asfalto, com bancas de havaianas. Mini mercadinhos vendiam bolachas, leite, pão, frutas, legumes e Ypióca. Todos os bares traziam a marca estampada nas suas paredes ou placas.




Estávamos na Rua Sabiaguara quando, de repente, as dunas tomaram o asfalto e a estrada virou areia branca e fofa. Meu namorado, gringo e acostumado com a civilização, achou aquilo tudo muito exótico e começou a duvidar do poder do nosso carro 1.0. Vários carros passavam pela gente e ele começou a acreditar que dava jeito, era só sair desviando dos buracos sem se importar muito com a mão. Se tivesse que atravessar para a esquerda e dar de cara com outro carro, seria parte da aventura. 


As dunas estavam à nossa direita, lindas e imponentes. Um monte de areia branca que cegava qualquer um que não usasse óculos escuros. Uma beleza e imensidão azul, inesperadas, nos deixaram de queixo caído. Paramos o carro, andamos um pouco a beira mar, mas a falta de infra-estrutura nos impediu de ficar mais tempo. Aquele sol de rachar pedia água, qualquer coisa para beber, e a gente tinha ido desprevenido.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Frutos do mar a preços acessíveis e outras comidas de Fortaleza

Toda região de praia, por si só, já possui frutos do mar a preços mais acessíveis que os de São Paulo. Aliás, em qualquer lugar do Brasil é possível comer bem e pagar bem menos do que estamos acostumados nessa metrópole cinza, mas isso é só uma observação a parte. 


A verdade é que todo mundo ficou de queixo caído quando eu disse que as lagostas custavam 20 reais em um boteco estilo Vila Madalena, de frente pro mar, no começo da Avenida Beira Mar (em Fortaleza, ainda... vai render alguns posts essa viagem.). O nome do bar é Boteco Praia. Apesar da cerveja ser cara, cerca de 9 reais a garrafa, as caipirinhas eram mais ou menos o mesmo preço. Normalmente já sou mais da vodka, por gosto e por causa das calorias, ainda mais quando o preço é o mesmo e, tendo São Paulo como base, é barato. Nós almoçamos lagostas grelhadas na brasa com arroz de camarão e foi delícia dos deuses. 


Outro lugar onde comemos muito bem, mais chique e mil vezes mais caro, foi no restaurante Vojnilo. A casa tinha um estilo estranho, com paredes de pedra verde acinzentada, garrafas espalhadas pelas paredes beges. Era decorada com motivos naúticos, como timões e nós. Fica em uma região boêmia, de mesmo nome. Na mesma rua, um restaurante atrás do outro. O menu era bem diversificado e cheio de combinações atraentes. Acabei pedindo o trio: peixe, camarão e lagosta, acompanhado de arroz a grega. Sucesso puro! Mas, depois, veio a facada. Oh, well, faz parte. A gente não sabia...


Na saída do Vojnilo, logo na esquina, tinha um restaurante que minha avó tinha comentado que era bom, o Colher de Pau. Achei simpático, o que foi motivo para voltar no dia seguinte e comer um daqueles pratos tradicionais do nordeste: paçoca, baião de dois e carne seca desfiada. Adorei o lugar, bem descontraído e sem pretensões, focado na qualidade da comida e do atendimento. Sabe como é? Não tinha a necessidade de ser chique para ser bom. 


Mais um lugar que entrou para a lista foi o Coco Bambu. Era noite, passeávamos de carro pela Avenida Beira Mar em busca de um Banco 24 horas. Quando, algumas curvas após a Feirinha de Artesanato, demos de cara com esse lugar lotado e de frente para o mar. Fechou balada e  eu não sabia nem o nome. Fui descobrir que era uma das indicações do Guia 4 Rodas que eu tinha anotado como Must Go! na hora de entregar o carro para o manobrista. Não desapontou, o ambiente era lindo, estilo clean e descolado phino. Madeiras e meia luzes, ar condicionado, tudo de bom. Comi maravilhosamente bem. 


A última descoberta gastronômica foi a sorveteria 50 Sabores. Ao longo da avenida Beira Mar tinham 3 ou 4 casas, todas elas da sorveteria, o que me fez acreditar que ela era boa, tradicional. A primeira impressão se mostrou perfeita, depois que eu entrei no lugar e experimentei o sorvete deles. Tinha uma lista de opções de sabores homérica: de caipirinha à negresco; de açaí à cerveja. Seriguela, bolacha e tangerina. Tantas opções que tivemos que voltar, para experimentar os outros. 

De braços abertos, Fortaleza nos recebe

Congresso para alguns se transforma em oportunidade de fazer turismo. Para outros, ficou impossível sair do hotel sem ter a companhia de outros congressistas, fato que fazia com que o assunto das conversas desse voltas e esbarrasse, novamente, em linguística, educação, discurso, língua. Dessa vez eu tive sorte e consegui defrutar um pouco mais do que Fortaleza, a cidade da vez, tinha a nos oferecer. 

A intenção era descansar nos intervalos de congresso, relaxar em uma praia de areias brancas e sol forte, caipirinha na mão. Fomos nos primeiros dias à Praia do Futuro, onde encontramos ótimas cabanas turísticas. Daquelas que te fornecem tudo, inclusive um puff maravilhosamente relaxante. A única questão era ter de conviver com todos os vendedores ambulantes tentando desesperadamente vender algo. De cinco em cinco minutos algum parava na nossa mesa, o que nos deixou um tanto incomodados.

No segundo dia, voltei à Praia do Futuro por causa da proximidade com o hotel do Congresso. Tive que participar de algumas atividades pela manhã, mas escapei de tarde. Mais uma tarde relaxante à beira da água, mas dessa vez uma surpresa: estávamos saindo para dar uma volta a pé na beira d'água quando um dos garçons da nossa barraca veio nos buscar. Ele contou que várias pessoas estavam sendo assaltadas na praia, e que não seria seguro sair andando por ai. Segundo ele, na frente da barraca era o único lugar seguro, porque tinha seguranças. Voltei um pouco frustrada para o carro, devo confessar, mas achei a atitude do garçom bem legal.

Nos outros dias, fomos a uma praia de pescadores chamada Sabiaguaba. Sem barracas prontas, só uma areia imensa, dunas e mais dunas e alguns pescadores com varas high-tech. Apesar das pedras no chão, não resisti entrar um pouco naquele trecho do mar. Parecia tão mais tranquilo que na Praia do Futuro, onde as ondas tinham nos carregado, uma atrás da outra. Teria sido mais aventureiro ir de jipe, mas e a falta que faz um ar condicionado naquele verão de 35 graus?


A última praia que nós nos aventuramos a ir foi a Porto Dunas, onde fica o Beach Park. Era sábado , estava lotado de crianças querendo aproveitar as piscinas e tobogãs, fiquei com preguiça de pagar a entrada para o parque sendo que teria que sair dalí em 2 horinhas. Resolvi ficar na barraca à beira mar. A banda estava se arrumando, vai que era bom. No fim, foi muito agradável. Melhor banho de mar, com certeza. Melhor bronze, já que sai de lá num tom vermelho gringo. 


Fortaleza nos recebeu muito bem, obrigada. Praias bonitas, algumas mais do que outras, com uma hospitalidade surpreendente.



 
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