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sábado, 26 de dezembro de 2009

Melodramas despropositados

Almodóvar tem sempre aquele tom melodramático e poético, cafona e delicado, completamente kitsch. Não fosse fim de ano, talvez eu não chorasse. Mas é e, fazer o quê, o filme tem aquele ponto melodramático de mostrar algo sentimental no plano sensível. Fiquei emocionada mesmo. Sai de olhos vermelhos do cinema do shopping Bourbon, que diga-se de passagem tem muitas vantagens por ser novo.

O filme chama "Abraços Partidos" e é o primeiro do diretor com uma personagem central masculina. Concordo quando dizem que não é o melhor filme dele, mas continua um bom filme. Fala um pouco de amor, amizade, família e poder. Temas extremamente contemporâneos. Um roteirista de cinema, cego, vê o seu passado revirado por um jovem amigo, filho de sua agente. Encostado na parede pelo menino, decide relatar a verdade: como foi seu último filme, a perda da visão e a mudança de nome. A agente, então, conta o seu lado da história e surge a verdade. O que fazer quando se descobre o passado? Os porquês, comos e tudo mais? Fica a pergunta, para quem puder imaginar uma saída melhor que a do filme...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Feliz ano novo, adeus ano velho!!

Embora falte ainda alguns dias para o reveillon, estou saindo de férias e não pretendo me ocupar de textos de blog por um tempo. C'est la vie! Resolvi, então, fazer um balanço de 2009 antes de me despedir de todos.

Fiz uma lista (está bizarra, mas segue em frente):

1) Em 2009 eu acordei na França, dirigi, estudei, morei, viajei, conversei e voltei.
Chegando em São Paulo, encontrei aquela bagunça de coisas, sentimentos, emoções, cobranças, fazeres, dizeres.

2) Eu dancei, bebi, conversei, beijei, abracei.
Me emocionei, me rendi, voltei atrás, fugi.
Gostei e desgostei...

3) Eu fiz dois blogs, falei mais que a boca. Bocuda pra cacete!!!
Eu li verdades, disse verdades, joguei coisas nas caras das pessoas, recebi outras tantas.
Me perdi, me reencontrei, fiz matrícula na USP de novo.

4) Eu conheci pessoas, reconheci, me afastei, voltei.
Escrevi mais e-mails do que nunca, mais posts, entrei pro twitter e fiquei muda.
Postei muita coisa no facebook, verborrágica master.

5)Vivi São Paulo de um jeito diferente, passeando pelo Itaim, Barra Funda, Rua Augusta, Vila Madalena.
Caipirinhas do Central das Artes.
Cosmopolitans do Octavio.
Chopp do Genésio, Caipirinhas do Genésio.
Caldinho de Feijão do Filial.
Banda do Kiaora.
Músicas do CB e do Alley.
Café da Ofner.
Café da Brigadeiro.
Sushis do Nosso Japonês. Sushi do Papa.

6)Fiquei encharcada no show do The Killers.
Comprei ingressos para os shows do ano que vem.

7)Eu vi meus amigos virarem psicólogos, engenheiros, publicitários.
Eu bebi.
Eu chorei, me emocionei e fui dançar.

8) Dirigi meu carro sem rumo.
Chorei no carro. Ri no carro. Fiz piada. Mal-disse a roupa alheia.
Voltei para cervejada de faculdade. Resolvi nunca mais voltar.

9) Por fim, eu inovei e tingi o cabelo, coisa que eu estava achando que nunca ia ter coragem de fazer.
Próxima inovação talvez seja uma tatuagem, mas a dúvida ainda paira. Talvez um dia eu tenha certeza.



Beijo grande de Final de Ano, Feliz Natal e tudo mais. Tudibão!!!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Reencontros Ocasionais

Sábado passado, em meio a uma festa de formatura, me surge na pista um ex-caso. Foi um daqueles reencontros que você pára e fica sem saber o que fazer, mas depois parece que as  coisas andam sozinhas, movidas por um sentimento de amizade. Cumprimentei, trocamos informações sobre os nossos paradeiros e em pouco tempo a gente já estava rindo da cena: uma menina dançando loucamente no palco. Tocava uma música da Gretchen. 

Conversa vai, copos vão, a gente se perde na festa. De madrugada, ele ressurge com o papo: você está tão diferente... A verdade era que ele continuava o mesmo, sem tirar nem pôr, e eu não tinha tido o choque das mudanças. Já eu, devo estar diferente mesmo. E eu via que ele estava medindo as mudanças, o que foi extremamente elogioso. 

Nos perdemos de novo, cada um para um lado, com aquele sentimento de foi bom, adeus! Como é bom reencontrar determinadas pessoas e ver que escolhas feitas, destinos e tudo mais foram seguidos da melhor maneira possível. E que, depois de passado um tempo, as coisas vão bem para ambos.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Eu não aguento mais ouvir a Simone no Natal!!

Esse ano estou encabeçando o movimento anti-músicas de natal da Simone, Roberto Carlos, Pixinguinha, Elvis Presley, Frank Sinatra ou o raio que o parta. Coisa mais cafona é essa tradição importada de Christmas Carrols, que ainda são adaptadas para o português por nossas "estrelas".

Minha tia adora, em especial, o cd da Simone e põe ele para tocar todo ano, sem excessão, na casa da vovó. Acho justo que, se ela queira ouvir, que leve para casa para tomar banho de banheira ao som natalino. Na solidão e na intimidade do banheiro, e só. Meus ouvidos estão ficando cada vez mais cricas e mais cansados dessas cafonices otárias... ô, dinheiro mau gasto! Olha só isso:


domingo, 13 de dezembro de 2009

A Árvore de Natal do Ibirapuera está linda!

Para quem gosta de passear pelas ruas metropolitanas e plurais da nossa cidade maravilhosa, existe todo um roteiro de enfeites de natal a ser seguido: Avenida Paulista, Parque do Ibirapuera, Shopping Iguatemi e Rua Normandia (em Moema). Quando eu era criança, minha mãe me levava pra passear de carro pelas ruas perto de casa, para gente eleger os apartamentos mais bem enfeitados do ano. Alguns são bem pobrinhos, outros imponentes e cafonérrimos. Desbunde total.

Outro dia passei pela Avenida Paulista, mas era final de tarde, ainda tinham réstias de sol que atrapalhavam toda as luzes e a percepção da árvore. De qualquer forma, o Bradesco estava bonito. Tradicional, com todos os vermelhos, verdes e dourados.

Na volta, já de noite, resolvi passar pelo Ibirapuera. A árvore de luzes não me encantou em nada, aliás, passei batido por ela. O que estava bonito mesmo eram as árvores reais, iluminadas, na ilha central da avenida e ao fundo do lago. O jogo de luzes e águas do lago estava aceso, músicas de natal tocando a todo vapor. E um bando de gente com capa de chuva, apreciando a paisagem, parados. A imagem estava linda... tinha um quê de espírito comunitário, natalino pairando no ar. Uma espécie de confraternização silensiosa entre estranhos.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Amigo Secreto ou Amigo da Onça?

A grande dúvida que ronda as cabeças das pessoas no final de ano é a compra de presentes. Fica todo mundo que nem barata tonta tentando imaginar algum presente que a outra pessoa goste de verdade, seja significativo ou simplesmente cumpra com o seu papel (sempre tem aquela pessoa chata que não merece, mas mesmo assim você se vê obrigado a presentear).

Por falar nisso, nossa turma de amigos mais próximos sorteou amigo secreto por um site, porque ai todos podem trocar bilhetes anônimos, fazer lista de presentes e ninguém tem que ficar supervisionando para ver se não tem ninguém que se tirou. A gente estava discutindo, depois do sorteio, se ia ser amigo secreto normal, sexual ou da onça. Moralidades à parte, como minha irmã e o namorado estavam incluídos na lista, achei que não cabia ser amigo secreto sexual, mas tinha alguns entusiastas da idéia que não sei não vão nos surpreender no dia da troca.

Amigo secreto normal tende a ser coisa de ambiente formal, de trabalho ou qualquer coisa similar. Mas, pode ser uma ótima saída... Agora, amigo da onça tende a tocar em pontos divertidos, muito comportamentais. Tem gente que leva na boa, tem aqueles que se sentem criticados, expostos. Eu, por exemplo, não me importo em participar, mas acho tão sem graça. No caso do nosso grupo, nada foi resolvido e vai da cabeça de cada um, comprar o presente para zoar ou para simbolizar a amizade que nos une. Estou a dias matutando o que comprar... dificuldade master!

domingo, 6 de dezembro de 2009

No Fantástico Mundo da Lua!!

Preciso confessar que tenho forte propensão à devaneios, viagens ao fantástico mundo da lua. Há grande probabilidade que seja genético, embora nada tenha sido comprovado até a presente data. Em finais de ano ou semestre, períodos de stress ou de muita coisa a fazer, eu me perco não só nos mundos paralelos, como também nas ruas de São Paulo. 

Outro dia, sai de casa na maior tranquilidade para buscar uma amiga na casa dela. Era um desses caminhos automáticos, mesmo. Estava dirigindo, viajando, ouvindo Coldplay e Cramberries e, provavelmente, pensando nos ingressos que eu tinha acabado de comprar e quando vi já estava chegando na marginal. Tinha passado a entrada da casa dela uns 10 minutos atrás. Ah, e eu digo provavelmente porque na mioria das vezes é impossível reaver esses devaneios. Eles se perdem no instante em que a consciência ressurge, batendo na porta devagarzinho...

Esqueci que isso existia!!

Pasmem. Esqueci da existência do Blog por uns tempos, mera distração, mas estamos de volta à ativa logo menos. Final de semestre acaba ficando corrido para todo mundo, começam as compras de natal, reuniões de final de ano, amigo secreto, última rodada do Brasileirão. E, também, acaba sendo um período em que eu começo a fazer os ups and downs do ano.

É uma prática corrente entre as amigas se reunir para soltar o verbo, meter bronca e reclamar das coisas passadas. Tudo muito catártico. Quem não tiver muito o que ponderar, vai pela bebida, o que também é super válido.

Depois da catarse, vem a fase mais gostosa que é sonhar junto o ano que chega, imaginar o que pode ser feito e como, deixar a  criatividade tomar conta. É quando estabelecemos as metas do próximo ano e, por elas existirem, fazemos de tudo para conseguir o que realmente queremos. Nem sempre a gente consegue em um ano só, mas sonhos nunca tem prazo para serem concretizados. E é por isso que todo ano a gente pensa e repensa o que já fez e o que falta fazer para chegar lá. Insatisfeitas, sempre. Da melhor maneira possível.
 
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