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quinta-feira, 17 de junho de 2010

O chinês faz yoga, os motoristas se stressam

Foi pulicada hoje no G1 a notícia de que um jovem chinês parou o trânsito de uma avenida ao praticar yoga no meio da rua, enquanto os carros e seus motoristas irados passavam ao lado. Segundo policiais locais, o gargalo provocado no trânsito não foi pior, porque o happening só durou uma hora.

Retirando tudo o que há de espetáculo em uma ação dessas, há também uma espécie de manifesto contra uma série de males que assolam as capitais contemporâneas: o trânsito, o stress,  a  apropriação do passeio público pelos carros. Afinal, quem disse que o esporte não pode coexistir com os carros nas ruas? O chinês resolveu fazer yôga, mas se fosse uma bicicleta ou um patinete, o fato do cidadão querer usar uma faixa da rua para se locomover é seu direito, e provocaria trânsito e stress da mesma maneira. Já posso ver todos os carros  tentando desviar para ir um pouco mais rápido, muitas vezes colocando a vida do outro em risco. E para quê mesmo? Muitas vezes a gente nem sabe mais.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Mais uma de entrevista de emprego

Outro dia, depois de ter mandado o que me pareceu serem 500 currículos, fui finalmente chamada para uma entrevista de emprego. Era de uma agência de tradução, a qual eu me dignei a ir pensando que essa seria uma ocupação secundária até que eu terminasse o mestrado. Ou seja, uma possível fonte complementar de renda.

A entrevista foi normal, com o entrevistador e trabalhador da empresa exultando as dificuldades e peculiaridades da profissão, defendendo a importância do que ele faz. 15 minutos de falas exasperadas depois e eu me dei conta que estava me colocando numa furada. Mais 15 minutos e eu percebi que estava naquela minha posição corporal relaxada e até mesmo arrogante, de quem já se deu conta de que não quer fazer nada do que o trabalho propõe. Péssimo, preciso me controlar melhor nessas horas. Demorou 2 horas ao total e eu saí de lá levemente envergonhada pela minha atitude relapsa, mas completamente aliviada por ter acabado.

Enquanto andava até o carro, progressivamente fui me conscientizando de que muitas entrevistas ainda viriam  e que eu poderia sofrer do mesmo mal em cada uma delas. Provavelmente, não acharia o emprego dos sonhos logo no começo, teria que ouvir todos os sermões possíveis sobre o trabalho a ser desempenhado. Eu teria, quem sabe, que trabalhar com coisas antes inimagináveis só para ver se eu gostava. Seria obrigada a fazer tantas coisas que, no futuro, eu ia acordar uma velha caquética que ainda se arrepende de ter passado por certas coisas e feitos certas escolhas. Foi uma grande revelação, para um quarteirão de caminhada.

Cabisbaixa, um pouco decepcionada por não ter arranjado a solução para os meus problemas e ainda ter descoberto a verdade sobre o mercado de trabalho, comecei a revirar a bolsa para tentar encontrar a chave do carro. Quando levantei a cabeça (ninguém merece!), um papeletinho amarelo tremia no meu parabrisa.

Há fogueiras e fogueiras, em época de São João

Existem muitas celebrações de final de semestre, mas dessa vez o que eu estava com mais vontade de fazer era juntar aquele bando de trabalhos, textos e coisas escritas e fazer uma bela fogueira. Assim como quem não se interessa muito pela poluição, mas procura mesmo é exorcizar todo o esforço e dedicação devotados àquele pedaço de papel.Seria só mais uma, dentre as tantas que acontecem nas festas juninas Brasil afora.

Meus amigos psicólogos, se não me engano, tiveram uma festa para queimar todos os tcc's (trabalhos de conclusão de curso), depois que se formaram na PUC. Aparentemente, foi uma das coisas mais libertadoras do mundo. Queria ter tido um para o jornalismo. Já imaginou? Queimaria muito fácil aquele livrinho mequetrefe!!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Interpretações poéticas em campanhas publicitárias

Na década de 90, o UBS (Union Bank of Switzerland) fez uma campanha publicitária com atores famosos recitando poesias de Yeats, Kipling, Frost e outros. Vale a pena conferir no youtube algumas dessas propagandas, para trazer um pouco de poesia pra vida e ver como interpretação, empostação de voz, ritmo de leitura, tudo isso só contribui para a beleza da mensagem.







Só o romance não segura uma história

"Cartas para Julieta" pode ser só mais uma comédia romântica, porém, o que faz dela um filme, ou seja, a história singular de três pessoas em busca de um homem, um amor perdido, é puro clichê. O trailler é o filme, sem tirar nem pôr. Não há nada de diferente, emocionante ou engraçado e todas as cenas parecem longas demais. A previsibilidade passa a incomodar e, mesmo que o intuito seja um filme leve que não te faz pensar, saí do cinema com a sensação de ter perdido tempo.

terça-feira, 8 de junho de 2010

A memória é uma esponja

Será que na vida existe uma verdade? Ou seríamos todos condicionados a plagiar, repetir, contar e recontar coisas que nós vivemos e que acreditamos ter vivido?




O discurso é uma colcha de retalhos, uma constante reelaboração de histórias. E quem quer saber da verdade, toda hora, sempre? Prefiro uma velha história bem contada!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pó de guaraná? Nunca mais! Hollywood já tem as frases motivacionais que eu mereço!

Quando frases motivacionais saem da auto-ajuda e das palestras de RH, a gente percebe que o mundo artístico está só dizendo o que a gente quer ouvir. Clichês, c'est la vie!



Só para deixar mais claro: Cuidado! Parece aqueles filmes de e-mail corrente ou Spam.

A nóia do tempo ataca novamente

Tinha pensado em alguma coisa, mas o assunto principal deste post me fugiu, saiu correndo atrás de um coelho que urrava o passar apressado do tempo. Talvez eu só esteja escutando aquele TIC-TAC da barriga do jacaré.



Parece mentira, mas todo final de semestre os trabalhos se acumulam e eu fico com aquela sensação de que não vai dar tempo. E aí surgem os cronogramas de trabalho, as expectativas e as análises entre a projeção do semestre passado e o avanço real alcançado. Essas coisas só fazem tudo parecer pior do que realmente é, eu sei que vai dar tempo.

Once again, a trip to memory lane...

Outro dia estava relembrando com meus primos as minhas pequenas travessuras de criança. Como é bom lembrar que teve uma época em que você não precisava controlar o que dizia ou fazia. Saia fazendo e depois é que descobria quão certo e errado era. Aprendia errando e vendo os outros errar. Hoje em dia eu fiquei uma chata burocrática que pensa cinco vezes antes de dizer, escrever ou fazer qualquer coisa, por mais banal que seja.

É, acho que cresci.

Mais precisamente, cresci um metro e sessenta e cinco centímetros desde 1986. Passei pelas fraldas descartáveis, chupetas, mamadeiras, bonecas, barbies, diários de adolescência, namoricos, paquerinhas, cinemas incontáveis e cheguei ao hoje, ao dia em que eu lembrei que um dia eu tentava fazer perfume com água, álcool e pétalas de flor. Um dia, eu também já enfiei uma banana na testa da minha irmã enquanto ela fazia uma lição de casa no computador. Outro dia, eu acordei ela de um pesadelo dando uma travesseirada nada amistosa. E ainda, durante todas as memórias, pensei: "eu já troquei as fraldas dessas crianças que estão na minha frente, falando dos seus namorados e paqueras".

quinta-feira, 3 de junho de 2010

As conversas de Skype me pegam de surpresa

Estava em uma tarde comum de terça-feira fuçando a internet antes de começar a escrever e trabalhar, quando de repente uma amiga que mora no exterior me chamou para uma conversa no skype. Foi um encontro e tanto, dado que não nos falávamos desde janeiro. Milhares de mil novidades e fatos foram sendo relatados e a conversa cara-a-cara via câmera de computador pareceu extremamente realista, porém com um quê de irreal que toda virtualidade proporciona. Não podia acreditar no que acontecia, na situação, mesmo porque era uma das poucas vezes que eu tinha usado a minha câmera do skype.

De qualquer forma, tiramos parte do atraso, tendo que filtrar 90% do que teríamos realmente conversado se pudessemos ou se estivessemos mesmo cara-a-cara. Realmente, a relação tempo-espaço se apresenta de forma absolutamente tranformada para minha geração: a gente corre o máximo para fazer o máximo, a gente viaja o mínimo para alcançar distâncias máximas. Mudar meus horários para encaixar uma conversa entre amigas saudosas foi uma escolha que me impediu de entrar na correria de trabalho aquele dia, mas parece que em 45 minutos eu viajei até Paris e sentei no sofá da minha amiga, para gente botar o papo em dia.

Turismo à parte, foi divertido

Só para esclarecer, o stress dos motoristas de taxi não me impediu em nenhum momento de curtir o resto do Rio de Janeiro. Os shows de samba na Lapa foram ponto alto dos passeios noturnos: sexta-feira no Carioca da Gema, sábado no Rio Scenarium. São perfis completamente diferentes.

O primeiro é pequeno, mais intimista e com shows de gente nova, mas já conhecida da indústria fonográfica. Uma banda pequena, uma cantora e tanto, como Teresa Cristina. Ficamos sentados numa mesa, longe do burburinho, conversando sobre a vida e a carreira. Updates gostosos para uma musiquinha de fundo que era tudo de bom. Saindo do Carioca da Gema, umas 3 e 30, depois do fim da banda e da fila para pagar, milhares de barzinhos se espalhavam pela Mem de Sá, cada um mais cheio e parecendo esticar a noite até mais tarde. Até de manhã...

O Rio Scenarium tinha uma fila enorme na porta, quatro andares de casa, 6.000 pessoas como limite máximo de ocupação. A banda era igualmente grande: cerca de 10 integrantes com diferentes arranjos e instrumentos para dar o clima agitado e dançante do espaço. A banda tinha nome desconhecido e tinha acabado de terminar um cd experimental, as músicas eram conhecidas e a gente vai dançando esbarrando no vizinho, como dizia um passante: "nesse aperto gostoso, nesse roça, roça". Em ritmo de festa, tinha ainda uma pista de dança com Dj de música brasileira. As pessoas pareciam estar chegando ainda, quando nós resolvemos ir embora, cerca de 3 horas da manhã. Esse ia até o raiar do dia.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Turista, no Rio, é explorado por demais...

Os cariocas que me desculpem, mas fiquei com uma má impressão tremenda dos taxistas da cidade maravilhosa.

Pega a Epopéia:

1) Eu e o gringo fomos de Ipanema para o Corcovado de taxi. A gente queria subir até o Cristo Redentor de bondinho, mas quando chegamos lá ele estava fechado. Nisso, o taxista vira para mim e fala:

- Se você quiser, te levo até o topo por 70,00 reais.

Pasmei e disse não. Mas, começou a juntar um monte de guia turístico na porta e eles estavam cobrando 100,00 reais para nós dois. Afe! Fiquei no taxi e acabei deixando 100 conto com o taxista, quando ele nos deixava no Pão de Açúcar, 35 reais a mais do que o taxímetro marcava. A grande questão é: você se arriscaria a não pagar? Achei que, como estava de férias, o dinheiro pagava uma tranquilidade que não tinha muito preço.

2) A gente queria ir ao Carioca da Gema, um bar da Lapa. O taxista que nos levou começou a conversar e dizer milhares de mil coisas e acabou nos levando para um tour no centro da cidade, já que o Teatro Municipal tinha sido reaberto no dia anterior. Eu adorei ver o teatro, mas que ele se aproveitou para dar umas voltinhas (pequenas, que seja) a mais, ele se aproveitou.

3)  Estavámos saindo do Carioca da Gema, depois de um show maravilhoso daTeresa Cristina. O taxista estava bêbado e quase bateu o carro umas duas vezes. Emoção pura!

4) O taxista do Pão de Açúcar ia nos levar para o Porcão, mas no meio do caminho ele tira do banco um panfleto de outra churrascaria, Marius, e começa a falar que se eu quisesse mesmo ir no Porcão eu deveria ter feito reserva e que essa outra era melhor. Afe, me leva logo pra outra. Não aguentava mais discutir com taxista, já tinha ligado o foda-se. No fim, o Marius era bárbaro, a gente adorou.  

5) A gente estava fazendo compras no fashion mall e precisava retirar dinheiro, porque o caixa do shopping estava fechado. O taxista nos diz que só faz preço fechado, não pode ligar o taxímetro, e cobra 35 reais para ir até Copacabana, passando em um banco. De noite, o que você quer mesmo é chegar no quarto, então você paga.

Acho que foi isso. Em dois dias, cinco experiências frustantes. Porque todos eles se aproveitaram do fato de estarmos perdidos em plena cidade, querendo e precisando de transporte. E todos eles tiraram uma castinha, uma vantagem da nossa situação. Achei feio, mas não chegou a estragar a paisagem maravilhosa e a viagem de férias.
 
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