A tal estrada era cercada por lojas, shoppings e supermercados. Construções um tanto megalomaníacas, mas olha quem diz, eu sou de São Paulo. O limite de velocidade era 60km por hora, por causa do grande tráfego de pessoas, ônibus e carros. A cada quarteirão, um semáforo. Larga como a Marginal Pinheiros e tão movimentada quanto. Bom, pode ser que a parte do movimento seja um exagero, mas os semáforos faziam com que longas filas de carros parassem de vez em quando, o que me chamou a atenção e fez lembrar do trânsito de São Paulo. Saudade? Obviamente, não.
O GPS nos mandou virar a esquerda, pegar um contorno e cair no meio de um bairro de casas simples, ruas estreitas e mal pavimentadas. O asfalto já estava ondulado, velho. Pequenas lojinhas populares se estendiam às margens do asfalto, com bancas de havaianas. Mini mercadinhos vendiam bolachas, leite, pão, frutas, legumes e Ypióca. Todos os bares traziam a marca estampada nas suas paredes ou placas.
Estávamos na Rua Sabiaguara quando, de repente, as dunas tomaram o asfalto e a estrada virou areia branca e fofa. Meu namorado, gringo e acostumado com a civilização, achou aquilo tudo muito exótico e começou a duvidar do poder do nosso carro 1.0. Vários carros passavam pela gente e ele começou a acreditar que dava jeito, era só sair desviando dos buracos sem se importar muito com a mão. Se tivesse que atravessar para a esquerda e dar de cara com outro carro, seria parte da aventura.
As dunas estavam à nossa direita, lindas e imponentes. Um monte de areia branca que cegava qualquer um que não usasse óculos escuros. Uma beleza e imensidão azul, inesperadas, nos deixaram de queixo caído. Paramos o carro, andamos um pouco a beira mar, mas a falta de infra-estrutura nos impediu de ficar mais tempo. Aquele sol de rachar pedia água, qualquer coisa para beber, e a gente tinha ido desprevenido.