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segunda-feira, 29 de março de 2010

Nada como o tempo...

Tem coisas que na hora em que a gente faz, tudo bem. Mas depois, quando a vida pára um pouquinho, parece que existe um lapso de consciência, um instinto de realidade, uma epifania qualquer que nos faz questionar internamente: "Mais o que é que eu estou fazendo, mesmo?".

Outro dia, fiquei assim vendo textos antigos. Parece que verborragia só produz coisa ruim. Às vezes a crítica acaba perdendo sua razão de ser: ou ela parte de um pressuposto de uma arte impositiva, regrada, estruturada (quase tradicional, perdendo a dimensão singular de uma obra) ou não toma o despretencioso entretenimento pelos seus próprios parâmetros. Como é difícil achar o meio termo ou o tom crítico acertadamente argumentado!

Talvez no turbilhão da vida cotidiana seja a mesma coisa. A autocrítica parte de um ponto de vista socialmente aceito e correto, não tomando como base a sua singularidade, aquilo que se é de verdade, não o que deveria ser. Ou, muito pelo contrário, ela parte do ponto de vista espontâneo que nos permite ousar e se divertir, mas depois se culpa por estar sendo demasiado superficial e impulsiva. Uma vez mais, questão de tom e ponderação.

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