Tem um sonho que anda rondando o meu travesseiro, sussurrando coisas no meu ouvido em plena madrugada. Posso jurar que alguém entrou no meu quarto e começou a conversar comigo, eu fico ouvindo umas vozes quando estou sonhando. Tudo meio que se mistura, o sonho plantado, a voz que planta o sonho, o meu sono absurdo. Final de ano é dureza, tem happy hour da empresa, festinha de final de ano de ex-colegas, umas babaquices dessas que a gente prende o sorriso na orelha, usando fio dental, e aproveita o álcool. Dead end.
O sonho me diz que eu preciso fazer uma coisa por mim. Não sei muito bem o que ele quer dizer com isso, tudo que eu faço é por mim. Quem sabe ele está me avisando que eu não posso mais me anular, que eu preciso ter auto-estima forte e brigar pelo que eu quero na vida? Não, não creio que seja isso. Talvez ele esteja transmutando tudo e reafirmando o que eu sou, para que eu me negue. Sabe? Sonho esperto esse. Mas, o mais provável mesmo, é que o sonho esteja me dizendo o quanto amar a mim mesmo está relacionado ao complexo de édipo. Acho que Freud me induziria a chegar a essa conclusão e, em seis meses, estaria curada.
De minha parte, o sonho que se liche. Ele diz, mas eu nunca escuto.
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