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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A Entrevista é uma Arena

Assisti ontem o filme Frost/Nixon. O jogo de tensões entre o jornalista David Frost e o ex-presidente Richard Nixon, na entrevista pós-Watergate e desistência, na falta de um sinônimo melhor no momento, do cargo. Era interessante ver como para o jornalista e apresentador a vivência social era fluída e natural e para o político manter seu posicionamento era algo sofrido, armado, estratégico, como uma máscara em prol de um papel social escolhido para ser vivido.

Inseguranças e baixas auto-estimas colocadas de lado, a comunicação entre eles era uma batalha de gigantes mediada pela linguagem e pelo conhecimento. Na arena que é o discurso e a entrevista política, vale tudo, desde que aquilo que te prejudica seja dito em off. Em se tratando de uma queda de braços, vence aquele que melhor tocar no ponto fraco do oponente-interlocutor. Embora fosse natural para Frost, Nixon conseguiu dominá-lo facilmente. Nada melhor do que informação, domínio da linguagem, segurança e um pouco de instinto inquisidor para inibir o outro. E 2 horas fizeram toda a diferença.

Demorou cerca de 28 horas de entrevista para Frost reconquistar as rédeas de si mesmo e da comunicação para conquistar o ponto alto da sua carreira: 2 horas sobre Watergate. E depois de 28 horas de insuficiências, jornalismo mal manejado e discursos de auto-promoção adorados pelos assessores de Nixon, veio a inesperada confissão, conseguida com a ajuda de colegas de trabalho e suas fontes de informação e pesquisa, além de um posicionamento mais duro da parte de Frost.

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