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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Revitalização do centro perpassa o ramo das casas noturnas

Para manter um pouco a pose de antenadinha, resolvi levar minhas amigas para a festa de rock clássico, groove, funk e soul (todas tendências musicais relacionadas ao mundo do rock) que estava sendo inaugurada na Lions Club. A vontade de ir a Lions já existia de muito tempo, desde que descobri que ela era uma das baladas que estava seguindo a tendência de revitalizar o centro de São Paulo e repovoar as noites com um pessoal descolado, bonito, papo gostoso.

O site mostra algumas fotos do lugar, mas nada como entrar naquela sacada que fica ali no cruzamento da 23 de maio com a Brigadeiro Luis Antônio. Um skyline do centro de São Paulo daqueles de dar inveja, com a abóbada da Catedral da Sé entre as árvores da praça e os antigos prédios do centrão.

Segundo uma amiga minha, saiu em alguma publicação (esqueci qual) que o lugar era bonito para quem olhava para cima, mas quando a gente olhava para baixo a dura realidade do centro, como um local povoado por sem-teto, mendigos, junkies e marginais, te estapeava a cara. A observação, além de preconceituosa, desconsidera o princípio por trás de reformar um prédio antigo para fazer uma casa noturna phyna e bem frequentada. O incentivo dado pela prefeitura pode parecer um grande atrativo econômico, mas a partir do momento em que um projeto é apresentado, há uma espécie de concordância em torno de um mesmo propósito: vamos repovoar, desmistificar, mostrar a beleza desse lugar.

Um projeto de revitalização urbana depende da participação de toda a sociedade civil e demanda tempo para ser concretizado. Aos poucos, espera-se que outras ações ocorram paralelamente, como a reforma de escolas, dos prédios caindo aos pedaços e a construção de centros de reabilitação ou casas de apoio às famílias e às pessoas que moram naquelas ruas.

Uma outra faceta da realidade é que, a partir do momento em que a classe média e a elite paulistana começam a frequentar tais locais, há uma espécie de pressão social para que o entorno mude e se adapte aos seus padrões estéticos e comunitários.

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