Escrever poesia nunca foi meu forte, mas acontece que de vez em quando bate um negócio e quando eu vejo ela já está pronta. Querem ver?
As ruas arrastaram a noite rangendo,
remoendo as tragicidades cotidianas dessa era.
O jornal chegava às bancas, as páginas atualizavam-se
e as flores eram pisoteadas pela mob.
Blocos de gente saiam dos bueiros e dos metrôs,
buscando os parafusos a serem apertados.
Um homem dormia na sargeta, alheio.
Jazia um sorriso machadiano em seus lábios
e um grito sufocado no peito.
Sua língua sangrou,
mas o mundo acelerava-se ultramodernamente.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário