Filme brasileiro nem sempre é a primeira escolha na hora de alugar um dvd, mas dessa vez abri uma excessão porque ouvi falar muito bem de "As Melhores Coisas do Mundo", de Laís Bodanski. Em um primeiro momento, achei a narrativa muito básica e clichê, nada de muito novo. Depois, meu pai fez um comentário que me chamou a atenção. Ele disse que os problemas adolescentes retratados no filme seguiam os mesmos padrões, repetiam as histórias da minha adolescência, da minha escola, de como eu era.
Parando para pensar, a história realmente poderia ter acontecido na minha escola. O estilo descoladinho do personagem principal, Mano, que aprende a tocar violão e canta para sua amada é clichê. O preconceito na escola e a forma como alguns estudantes se organizam em torno do grêmio, lutam pelo que acreditam e tem a coragem de mudar de idéia, tudo me fez lembrar os anos de Vera Cruz e as infindáveis discussões sobre drogas, sexualidade e liberdade. Talvez essa leitura seja só um reflexo nostálgico do encontro de 10 anos de formado na 8a série, promovido por alguns amigos e colegas de turma, que aconteceu 2 semanas atrás. Vai saber...
No entanto, o que me restou depois do filme foram todas as minhas reminescências, todas as lembranças dos perrengues e das aventuras, das músicas e das discussões, os primeiros beijos e as brigas. A história pode ser clichê, mas o filme me permitiu lembrar e refletir sobre o que passou de uma forma gostosa, saudosista, bonita. Ficou a impressão de que na adoslescência eu vivi as melhores coisas do mundo e foi delicioso, mesmo nos piores momentos. Esse estranhamento foi a grande conquista do filme, aquilo que faz dele uma obra de arte digna de ser assistida. #ficadica
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Mano, que delícia viver As Melhores Coisas do Mundo!
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