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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Jundiaí também tem Virada Cultural!

Estava sábado passado sem muito o que fazer em Jundiaí, sem grandes planos. Decidi, repentinamente, passar na Virada Cultural e assistir o show do Zeca Baleiro, no Parque da Uva à meia-noite. Antes dele, às 10 e meia, teve show da Cat Power no  Teatro Polytheama e eu senti muito ter perdido a hora e não ter ido vê-la.

Mas, voltando ao que interessa, o Parque da Uva estava lotado para ver o Zeca Baleiro. As entradas do parque estavam muito bem policiadas, todo mundo era revistado, ninguém podia entrar com bebida alcóolica ou qualquer outra bebida. Lá dentro, barraquinhas de bebida com água, coca e guaraná e algumas comidinhas. Fiquei impressionada com a quantidade de gente e a organização do evento. Muito melhor que a organização da Virada em São Paulo, mas convenhamos, a quantidade de gente era infinitamente menor.

As músicas foram variadas, mas os grandes hits fizeram parte do set list. Teve Telegrama, Alma não tem cor, Babylon, Meu amor minha flor minha menina. Teve também um vento abusivo e um frio inesperado, que me fizeram sair antes do final do show. Mesmo assim, sempre bom aproveitar essas oportunidades que surgem no caminho, ainda mais quando ninguém tem muita expectativa e o programa é definido de última hora.

Com rodinha nos pés, o destino da vez é o Rio de Janeiro

Depois de um final de semana no interior (Jundiaí, Jaguariúna e Campinas), estava faltando mesmo tomar um solzinho, com caipirinha na beira da praia, um belo cristo de braços abertos para proteger essa ginga malandra. Sim, o próximo destino é o Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, à qual não vou a muito tempo. 

O melhor de fazer uma viagem é poder pesquisar, planejar, sonhar e, quando você está no lugar, aproveitar e fazer o que der na telha, sem muito se preocupar em seguir o cronograma proposto. Por isso, passei grande parte do meu tempo hoje buscando hotéis, hostels, novidades e todas aquelas coisas que eu já nem lembro mais que existem no Rio. Próximo passo é vasculhar fotos e memórias.

Moda carioca, barzinhos, passeio no posto 6, posto 9, av. Atlântica. Aí vou eu!

A natureza age por meios escusos

Assistindo ao parto da Cleo, cachorra da minha avó, anos atrás, tive certeza da existência de um instinto animal e maternal que brota do nada e toma de assalto a nova mãe. Minha cachorra lambeu todos os filhotes para limpá-los e estimulou, com a língua, cada um deles para que começassem a respirar e viver sem o cordão umbilical.

Sexta-feira passada, a mesma coisa aconteceu com a Cora, de uma hora para outra ela era a mãezona super-protetora, abraçando os filhotes com a pata, evitando assim que qualquer pessoa tentasse chegar perto deles. Ela até lambeu um dos filhotinhos que nasceu morto, tentando, em vão, fazer com que ele vivesse.

Explicações biológicas, fisiológicas e hormonais devem existir aos montes, mas será que vale a pena buscar uma resposta para um fato tão natural? Tem vezes que a ciência e a teorização desvirtuam ou encrudecem o que é tão espontâneo e belo, fazendo com que se perca o foco. Não importa a razão científica para tal coisa ter acontecido, importa que aconteceu e foi marcadamente bonito presenciar a transformação de estados e atitudes da minha cadela, com a nascimento dos seus filhotes. A super-proteção e a maternidade parecem uma reação meio universal, inerente a diversas espécies de animais, e é isso só engrandece a sua beleza.

E é goooooooooool!



Essa sensação de sofrer e ser surpreendido faz falta de vez em quando. Sabe? Quando a gente começa a torcer, espera ver grandes jogos, superações, dificuldades...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Outras visões do feminino



Em um outro post, eu falava sobre a representação do mundo feminino no filme Sex and The City 2. Continuando no mesmo tópico, gostaria de comentar o filme Caramelo, uma produção franco-libanesa premiada no Festival de Cannes em 2007.

A história se passa em Beirute, no cabeleireiro Sibelle, onde três amigas trabalham juntas. A personagem principal, Layale, é depiladora e manicure. A cera para depilação libanesa é feita com caramelo, de onde é dado o título do filme. Participam da história, também, mais três clientes do salão: uma mãe divorciada cliente do salão, uma vizinha costureira e sua mãe. As mulheres unem-se para conversar sobre amor, paixão e outros problemas, criando uma forte amizade.

Entre namoros proibidos, paqueras e casamentos, as personagens recompõe aspectos culturais da vida no Líbano, como a necessidade de casar virgem ou a obediência aos pais. Ao contrário da visão ilusiória de Sex and The City, em Caramelo há um esforço para retratar dramas e crises reais. O filme discute, assim, um lado mais humano e dá um panorama concreto dos hábitos  e questões de diferentes gerações. Questões que, em essência, são independentes de cultura ou crença e fazem parte da vida de qualquer uma.

Para quem está atrás de algo do gênero, vale a pena alugar o filme. Ainda mais nessas noites de frio de São Paulo...

A arte em seu princípio humanizador

A arte pode não ter um princípio moralizante, mas ela pode unir mundos distintos, partilhar experiências e visões de mundo, representar a vida ou aspectos da humanidade independentes de nacionalidade, cultura, religião ou posicionamento político.



E antes que se pense que a globalização é o mal dos tempos, talvez seja possível pensar em formas de tirar proveito desse momento histórico. Semeando humanismo, gentileza e consciência social, por meio da arte global.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O mundo feminino e seu retrato moderno ou a estréia de Sex and the City 2



Para alguns, o assunto da série  Sex and The City já deveria ter esgotado faz tempo. A revolucionária primeira temporada que falava de hábitos contemporâneos e retratava o sexo e as relações modernas foi aos poucos sendo substituída pela exaltação das marcas e do mercado da moda. De um pretenso retrato antropológico travestido de entretenimento, para entretenimento puro existe um mundo de diferenças, sendo a mais importante delas a banalização da mulher. São enfocadas a frivolidade e as crises existenciais que caracterizam, antes de tudo, o estereótipo mais devastador da mulher contemporânea. A idéia de que o consumo pode suprir nossas necessidades humanas e trazer a Felicidade, explicitamente cultivada pela série e pelo filme, é tentadora demais, não é? Antes fosse simples assim na vida real também.

O fator entretenimento, entretanto, é satisfatório na medida em que está retratada nas telas e na televisão uma vida de glamour, viagens, amigas e relações muito sedutora. Quem não gostaria de poder sair por aí nos desertos de Abu Dhabi com suas melhores amigas, camelos, champagnes, tudo do bom e do melhor? É um filme para quem gosta e quem respira esse mundo da moda, do consumo e do luxo.Um filme para quem sabe distinguir fantasia de realidade e toma a história como uma diversão ficcional e não como um projeto de vida.  

Quem quiser de distrair, vai poder conferir o filme nas telinhas brasileiras a partir do dia 28 de maio.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

A atual relação com o Tempo


O que antes era onomatopéia, virou marca de produto de consumo.

A água já bateu no número 32!

A Persistência da Memória - Salvador Dali


Acabei de ver que, nas últimas duas semanas, já mandei 32 currículos só em 1 site desses de anúncio de emprego. Entre análises linguísticas e aulas de mestrado, classes de letras, matei um tempão nesses sites, dissernindo o que presta do que não presta para se fazer na vida. Como é difícil, não? Nenhuma resposta até agora. Já sabia que seria um longo processo, por isso comecei antes mesmo de terminar o mestrado. Mas mesmo assim, haja paciência. Tem vezes que o tempo parece se dissolver e, prontamente, o reloginho do Dali surge na cabeça.

A Você/SA publicou na edição desse mês uma matéria sobre o processo seletivo para vagas do Google . O atual diretor da empresa no Brasil, Alex Dias, disse que passou por 18 entrevistas para conseguir o cargo. Fora isso, 50% dos empregados contratados foi indicado por um amigo que já trabalha lá. O que me fez pensar que nessa vida de procurar emprego, duas coisas são necessárias: indicação e paciência.

Outra coisa que eu ando reparando é que diferentes profissões estão requisitando coisas parecidas: experiência, agilidade, empreendedorismo, criatividade e inovação. O primeiro dos requisitos é puramente currículo, mas os outros tem muito a ver com o perfil de cada um. É, a capacidade de reflexão e as iniciativas de revolução são cada vez mais bem vista pelo mercado. Talvez a gente só precise ser um pouco mais vanguardista no nosso âmbito de trabalho, assim como Dali foi no seu.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O centro na virada


Havia a música, sim. Mas o mais importante e gostoso era estar em um local inusitado, andando como quem é turista na própria cidade.



sexta-feira, 14 de maio de 2010

Você é o que você come

Cada vez que eu faço uma visita ao nutricionista, surge a pomposa frase: "Você é o que você come". Eu já fui a vários médicos para desenvolver hábitos de vida saudáveis (I wish!), perder peso e ficar de bem comigo mesma. Um deles me receitou uma fórmula, outro remédio para ansiedade. Uma médica chegou ao absurdo de me dizer que eu deveria ler livros de auto-ajuda e aqueles para encontrar Deus e Jesus. Esses livros realmente não casam com o meu perfil de literatura e de gostos.

Mas a verdade é que depende de uma mudança na rotina, nos hábitos e nenhum remédio pode fazer isso por você. Espero que, com a maturidade, eu tenha encontrado uma forma de conciliar melhor as vontades e desejos com aquilo que meu corpo precisa para funcionar bem. Afinal, quando eles dizem que "você é o que você come", eles tem razão. Todo docinho fora de hora, vira bunda um dia.  

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O glamour de uma manhã qualquer

9 e alguns clichês da vida moderna

Nine é a história de um cineasta, Guido Contini (Daniel Day-Lewis), e suas crises amorosas e criativas. Segundo sua esposa, Laura, seu problema é não distinguir trabalho e vida pessoal. Todas as pressões para que seu novo filme, Italia, seja feito e retome o sucesso de seus primeiros trabalhos acabam por soterrar a imaginação e a critividade, tirando o gosto que ele tem pela produção, filmagem e finalização de qualquer obra.




Suas crises são tecidas com memórias e momentos, ambos musicais e líricos, com cada uma das mulheres de sua vida, cada uma com um papel a ser interpretado:

Sophia Lauren, a grande mama italiana.
Judi Dench, a eterna parceira de trabalho.
Marion Cotillard, a esposa perfeita.
Penélope Cruz, a amante passional.
Nicole Kidman, a musa inspiradora.
Kate Hudson, a jornalista com o olhar externo, elogioso. 
Fergie, o primeiro contato, ainda pequeno, com a sexualidade. 

Enquanto entretenimento, o filme atende à necessidade do público de ver um espetáculo. Dramas, paixões e crises que, após a síntese e o processamento dos sentimentos, são resolvidos e levam a personagem principal à uma espécie de redenção e retorno ao lar. Trata de um problema contemporâneo, equilibrar os diferentes âmbitos da vida para satisfação pessoal e encontro da felicidade.Além disso, apresenta o verdadeiro amor como o caminho para a descoberta da felicidade e para redenção, o perdão.  Clichê, mas daqueles que vale a pena perder um tempinho para ver, de vez em quando.

Blogosfera em alta

Uma Thurman é o estereotipo da mãe hippie, feminista e descontente, no filme "Uma mãe em apuros". Ela é também a  autora de um blog sobre o cotidiano sacal e vazio de uma dona de casa amargurada por não ter um trabalho. Antes uma escritora promissora, a maternidade acaba tomando conta de todo seu tempo e energias, mudando seus planos de vida. 

Este texto não é sobre os agouros da maternidade, mas é sobre a blogosfera e a forma como ela está aparecendo nos diferentes meios de comunicação. Dr. House, outro dia mesmo, estava tratando uma paciente blogueira e os textos foram parte da solução do problema médico. Julie & Julia é uma adaptação de um conjunto de textos publicados primeiramente em um blog, mostrando o dia-a-dia de uma atendente de telemarketing que cozinha todas as receitas do famoso livro de Julia Childs.

Essas representações da "vida virtual" parecem indicar que a tecnologia e a internet permitem a publicação de uma variedade de informações, projetos e textos, tornando-se a cada dia mais uma parte importante do cotidiano.  Discutíamos alguns anos atrás na aula de Sistemas da Comunicação Brasileira,  sobre a configuração da blogosfera como um espaço mais democrático e, consequentemente, mais rico de distribuição de informações.  As revistas e os jornais, nessa história toda,  deveriam se tornar mais interpretativos e argumentativos, com projetos gráficos inovadores, usando novos recursos para estabelecer outra relação com o seu público leitor, tornando-se mais interativos.

 A verdade nua e crua é que  gente só lê, de verdade, o que nos interessa. Se você já leu a notícia na internet, porque relê-la no jornal? Só se houver algo novo e surpreendente, não? 

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A cadela da casa casou e engravidou

Cora, 3 anos humanos, 21 caninos, está definitivamente grávida e pronta para dar a luz. Cada vez que ela passa, eu olho para ela com mais apreensão.



 

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Odeio dizer não!

Estou com um sério problema, que é ter que dizer não para coisas que eu absolutamente amaria estar fazendo nesse momento da vida. Sabe como é? Desmarcar entrevista de emprego porque tenho que terminar uma dissertação de mestrado antes, deixar de ver um show porque o horário não dá certo ou o ingresso está absurdamente caro.

Eu esqueço a diferença entre restrições e limitações nessas horas, fico nervosa, determinista e dramática, como se no futuro não existissem outras oportunidades e possibilidades.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Preparativos para Virada Cultural

Com tantas opções de shows e eventos, está difícil conseguir escolher quais shows serão privilegiados na Virada Cultural de São Paulo, que vai acontecer no final de semana do dia 15 de maio. A ídéia do evento é passar 24 horas ocupando espaços da cidade para realização de shows, apresentações teatrais, espetáculos de dança, recitais de poesia. Só por isso já conquista qualquer pessoa interessada em cultura.

É também uma boa oportunidade para visitar o centro da cidade, sem os medos ou angústias que podem decorrer do passeio, experimentando aquela sensação de flâneur, ou mesmo, quem sabe, um estado de solidão passageira e reclusa, em meio a uma multidão que cresce a cada ano.

Enquanto a dúvida permanece, vale a pena dar uma olhada no que vai rolar:

 - Para quem estiver interessado, o site da Virada Cultural tem a programação e divulga adesões de casas noturnas, bares, teatros, museus, cineclubes, centros culturais e outros estabelecimentos.

- O Catraca Livre  também já tem a programação, com entrevistas e vídeos dos músicos participantes.

Tim Burton e o fantástico mundo de Alice

No livro de Lewiss Carrol, Alice é uma menina de 07 anos que usa da sua critividade para se distrair da rotina. Em Tim Burton, a mesma Alice, agora com 20 anos, foge das suas responsabilidades para conseguir se descobrir e tomar as decisões por si só. Sua grande questão é casar-se ou não com um aristocrata presunçoso e cheio de si, excesivamente mimado pela mãe. O casamento arranjado é parte dos planos da mãe de Alice que, após a morte do marido, tenta garantir o futuro da filha.

Entre uma Alice infantil em busca do conhecimento do mundo e das relações sociais entre diferentes seres e a Alice juvenil questionando seu futuro, perpassa uma das questões mais antigas da filosofia e da literatura, expressa pela frase "conhece-te a ti mesmo". Ao contrário das perguntas e respostas entre o Espelho Mágico e a princesa Branca de Neve, Alice se questiona e é questionada pelo ambiente, por amigos e inimigos e suas respostas são dadas por ela mesma. As escolhas levam a jovem a reconhecer suas limitações, desejos e anseios, buscando um futuro que lhe seja feito à mão.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Ser ou não ser, não é mais a questão.

Alguns podem pensar que demorou, mas foi um longo processo para chegar até aqui e dizer, finalmente, que eu sou uma jornalista. Demorou porque eu me formei faz dois anos, mas a questão não era necessariamente a simples realização do fim da faculdade, mas sim: o que fazer com esse diploma que, convenhamos, nem necessário é mais? Afinal, era isso a minha vida? Estudar para fazer parte de algo que, democrática e teconologicamente, qualquer um poderia fazer parte? Veja bem, na prática pode ser um pouco diferente, mas na teoria o que eu digo tem fundamento.

Embora não esteja empregada e trabalhando como jornalista, a dúvida entre o ser e o não ser deixou de existir e deu lugar a uma certeza. A certeza de que, independemente de currículo, eu vou fazer algo na área de comunicação. E já estou fazendo, sem muitos critérios vá lá... bocuda master!

sábado, 1 de maio de 2010

Shaving One Morning

Ouvi dizer que as melhores idéias, as coisas mais revolucionárias possíveis, acontecem repentinamente, em meio às pequenas distrações cotidianas. Descrevia um professor que suas descobertas teóricas aconteciam "shaving one morning". Deu outro dia na Folha Equilíbrio um texto sobre a critividade e como ela surge em momentos inusitados.

Por isso, enquanto escrevo minha dissertação de mestrado, resolvi começar a cozinhar de vez em quando. Quem me conhece, sabe que a cozinha e o tipo de lugar que eu não me arriscaria a entrar. Talvez, quem sabe, se for tão inusitado assim, surjam as minhas melhores idéias, os breakthroughs se dêem com mais facilidade e a escrita saía correndo pela ponta dos dedos.  Algumas práticas valem a pena, nem que sejam para o conforto emocional.
 
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