Páginas

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A natureza age por meios escusos

Assistindo ao parto da Cleo, cachorra da minha avó, anos atrás, tive certeza da existência de um instinto animal e maternal que brota do nada e toma de assalto a nova mãe. Minha cachorra lambeu todos os filhotes para limpá-los e estimulou, com a língua, cada um deles para que começassem a respirar e viver sem o cordão umbilical.

Sexta-feira passada, a mesma coisa aconteceu com a Cora, de uma hora para outra ela era a mãezona super-protetora, abraçando os filhotes com a pata, evitando assim que qualquer pessoa tentasse chegar perto deles. Ela até lambeu um dos filhotinhos que nasceu morto, tentando, em vão, fazer com que ele vivesse.

Explicações biológicas, fisiológicas e hormonais devem existir aos montes, mas será que vale a pena buscar uma resposta para um fato tão natural? Tem vezes que a ciência e a teorização desvirtuam ou encrudecem o que é tão espontâneo e belo, fazendo com que se perca o foco. Não importa a razão científica para tal coisa ter acontecido, importa que aconteceu e foi marcadamente bonito presenciar a transformação de estados e atitudes da minha cadela, com a nascimento dos seus filhotes. A super-proteção e a maternidade parecem uma reação meio universal, inerente a diversas espécies de animais, e é isso só engrandece a sua beleza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
BlogBlogs.Com.Br