O sol desceu por detrás das esculturas engeinherísticas às margens do rio. Um yacht club à direita, vários barcos aportados. Uma loja da beira vendia pashminas de alpaca, doces de leite, vinhos, pequenos artefatos de decoração, muffins e alfajores. Era uma espécie de mercado chique, restaurante. Muito plural. O calor dava espaço ao friozinho de fim de tarde. Casais, grupos de amigos, famílias passeavam de um lado para o outro.
Com o Ipod nos ouvidos, tocando no máximo, pude flanar por entre aqueles estranhos, fluindo continuamente como a água do rio. Heráclito já diria que a mesma água não banha o mesmo local, fazendo uma das metáforas mais recorrentes na literatura. O tempo fluiu solto, correndo, deslizando pelos dedos. A cabeça vôou longe, lenta e placidamente, para frente e para trás, para o passado e o futuro.
Senti que era um joguete do tempo, desse tempo interno que configura maturidade, mudanças e transcendências. E esse jogo todo de ir e vir calhou de me mostrar conquistas passadas, novos sonhos, alegrias e desavenças. Por que será que em terras estrangeiras, longe da rotina, conseguimos ser mais reflexivos? Talvez seja porque cada viagem nos muda, em algum aspecto. Ou talvez porque toda viagem material seja também uma viagem metafórica, espiritual, trancendente. Elocubrações de uma mente curiosa...
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