Usar certas expressões é questão de poder. Falar outras línguas é questão de poder social, econômico e cultural. E, como língua em uso diz tudo como a forma como nos posicionamos perante os outros, eu estava mais do que certa de que cada usuário/falante tem liberdade para fazer da sua boca, da sua língua e da cara/face/persona social o que bem entender. Ninguém controla a boca alheia, por mais que existam penalidades envolvidas. Mas, pensando na preservação da
sábado, 26 de setembro de 2009
Yes, I speak! Oui, je parle! Si, yo hablo!
Outro dia tive uma discussão sobre o uso de estrangeirismos na língua portuguesa , no meio de uma das minhas aulas de mestrado. A questão girava em torno um pouco do papel do linguista , da globalização e da multiplicação dos cursos de inglês. Até que chegamos no tal projeto de Lei do Aldo Rebelo (arquivado, ainda bem), que previa penalidades para os brasileiros que pronunciassem palavras de outras línguas que não o português, e as opiniões foram ficando um pouco mais aciradas.
Usar certas expressões é questão de poder. Falar outras línguas é questão de poder social, econômico e cultural. E, como língua em uso diz tudo como a forma como nos posicionamos perante os outros, eu estava mais do que certa de que cada usuário/falante tem liberdade para fazer da sua boca, da sua língua e da cara/face/persona social o que bem entender. Ninguém controla a boca alheia, por mais que existam penalidades envolvidas. Mas, pensando na preservação dacultura popular e na língua portuguesa, uma professora logo começou a falar que a utilização dos estrangeirismos tinha que ser questionada e debatida e as pessoas deviam ter consciência dos usos. Embora ela tenha se posicionada de forma um pouco nacionalista demais, tentando dizer que o português brasileiro era castiço, a verdade é que a posição que ela tentava defender (um pouco desastradamente) fazia sentido. Será que nós temos consciência de todos os bombardeios culturais e das mudanças que sofremos com a globalização? Não deveríamos ser um pouco mais críticos?
Usar certas expressões é questão de poder. Falar outras línguas é questão de poder social, econômico e cultural. E, como língua em uso diz tudo como a forma como nos posicionamos perante os outros, eu estava mais do que certa de que cada usuário/falante tem liberdade para fazer da sua boca, da sua língua e da cara/face/persona social o que bem entender. Ninguém controla a boca alheia, por mais que existam penalidades envolvidas. Mas, pensando na preservação da
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Ju, acho que você tem razão. Mas seria a linguagem a única “vilã” da história? A influência de outros países não ocorre apenas pela linguagem. Por exemplo, a idéia de condomínios fechados distantes da cidade veio de uma cultura fortemente baseada no uso do automóvel – esse costume americano foi até citado como argumento de vendas dos primeiros desses empreendimentos, no início da década de 80. Riscaríamos então Aldeia da Serra do mapa? E o uso de ternos e paletós, totalmente inadequados para o nosso clima? Ademais, “estrangeirismos” é, nesse caso, um eufemismo para “americanismo”. Ninguém aventou a possibilidade de sermos multados por pedir uma pizza ou um sushi (aliás, se isso acontecesse, teríamos uma revolta popular aqui em SP...). Então acho que as questões de poder envolvidas vão muito além do jardim... (nossa, serei processado por citar um filme americano???)
ResponderExcluirPor partes, então!
ResponderExcluirAmericanismos hoje em dia, porque até o começo do século passado a língua-global era o francês, tanto que existem coisas como sutiã e abajur no nosso dicionário.
E a Globalização só acelerou um processo de uniformização, empréstimos e melangés culturais... A língua é só um desses aspectos, concordo inteiramente. Quer filme brasileiro mais pseudo-comédia-americana do que "Se eu fosse você..."