A situação é calamitosa, mas espera-se que para tudo haja um jeito nessa vida. Consertar discurso feito não é coisa pouca. É pior do que consertar máquina de fotografia de estação de trem em Paris no verão ou televisão em véspera de final de copa, Brasil e Argentina. Pior do que tentar construir uma máquina sem ser engenheiro; uma casa sem ser pedreiro. Porque a chance de se enrolar e as explicações e emendas saírem desastradamente mundo afora, sem sentido nenhum, é grande. Gigantesca. Sabe o esquema bola de neve? Começa um pingo e vira o mundo? Assim mesmo!
Sempre que tenho crises verborrágicas e saio falando sem pensar eu vejo a frase: "Abre a boca e fecha os olhos...". Um ensinamento nada sábio para se passar adiante para as crianças e que, fora do contexto original - dar de comer - parece ter seu sentido desvirtuado em função da descomunicação, desentendimento e desastre. Dá até para enxergar a voadeira que vem em resposta. É quase como o teste de batida de carro que as montadoras fazem com os bonequinhos de madeira: você vê tudo acontecer e não pode fazer nada para parar.
Às vezes o que sai é uma verdade inquestionável, uma evidência real, e nesses casos é pior porque a sinceridade foi tamanha que os olhos dos outros estalam e alguém ainda solta uma risadinha nada constrangida. E você se encolhe ao ver o espanto da pessoa a quem se dirige. Em outras ocasiões, o problema é exatamente o fato da notícia dada não fazer sentido nenhum a não ser para você mesma, na sua lógica mental interna. Fazer o quê??
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