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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O Mundo Virtual é um Buraco Negro de Incomunicabilidade

Tem vezes que é compreensível alguém não responder os e-mails que chegam na sua caixa de entrada sem pedir licença. Aquelas correntes detestáveis, as piadas bizarras e os spams são verborragias desnecessárias que só atolam o espaço virtual destinado a coisas mais indispensáveis. Ou então as tentativas toscas de se fazer notar por outras pessoas: amigos carentes, desafetos revoltados, reprocuras. Paciência, nesses casos, tem limite e prazo de validade, a não ser que sejam mensagens provenientes de contextos de intimidade  em que se permite essa troca verborrágica.  

Hoje eu abri meu e-mail e ele tinha 100 mensagens desnecessárias e 2 importantes e, justo essas, estavam escritas de forma incomunicável, o que acontece também. Senti que o feriado foi feito para relaxar e desencanar de tentar entender. É melhor deixar que a conversa ao vivo flua de forma mais comunicativa.  A internet realmente facilita a vida, mas não supre todas as necessidades comunicativas... 

Por sinal, eu não poderia deixar de dizer que um dos 100 e-mails desnecessários era sobre frases lendárias dos pré-universitários em redação de vestibular. Li (não sei porquê) e achei triste a forma como a deseducação reinante no país se transforma em piada: as pessoas fazem graça da tentativa frustada dos alunos de usarem um código linguístico condizente com o que lhes é proposto, ou seja, formal e vernacular. Uma inadequação que só reforça a necessidade de se mudar as políticas públicas na educação: fornecer possibilidade e acesso à discursos os mais variados; criar consciência crítica para leituras, interpretações e usos da linguagem nas diferentes situações que fazem parte da vida pública de qualquer pessoa. Tudo a ver com a linguística, diga-se de passagem.

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