Páginas

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Poesias Cotidianas ou Suspiros...

É invejável, para quem mantém a rotina cinza paulistana, acordar um dia e ver que seus olhos parecem mais atentos às pequenas coisas da vida, como por exemplo o som da chaleira de água fervendo no café da manhã, as flores no terraço ou as andorinhas, beija-flores e outros pássaros cantando no jardim. Parece doença de um dia e depois passa; ficam os suspiros de saudade.

Algumas pessoas colocam-se mais abertas para receber esses minimalismos, mantendo sempre viva e ativa a sua percepção para com a dimensão cotidiana e prosaica da existência.Uma dessas pessoas é Manuel Bandeira e eu diria que é por isso que seus poemas tocam tantas pessoas distintas, nos mais diversos aspectos. Quem nunca sentiu aquele amor infantil por um bicho de estimação? Um porquinho da índia qualquer que estava ali todos os dias, não se deixando acarinhar, escondido debaixo do fogão. Quem nunca teve um(a) primeiro(a) namorado(a)-porquinho(a) da índia? Um desses amores adolescentes em que não se sabe muito bem definir o sentimento, mas é algo tão prosaico e cotidiano quanto a relação com um animal de estimação.

Amor mesmo, segundo ele, seria a fusão do carnal e do espiritual. Uma comunhão entre prazer e compreensão; desbunde e silêncio. Seria uma comunicação elaborada cotidianamente entre razão, sentimentos e desejos de dois seres humanos predispostos a sentirem e a se deixar levar pelos discursos, atenções e carinhos. Algo elaborado entre cactos, ruas, bichos de estimação e reminescências de infância.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

 
BlogBlogs.Com.Br