Eu não lido bem com falta de parâmetros ou paradigmas. Para tudo existe uma espécie de planejamento, um projeto, financiamento, estrutura. Nada precisa sair da forma como foi planejado, mas sonhar é tão importante e cogitar o que se quer e o que se propõe a fazer é essencial. Não existia nada disso, e era aí que estava a beleza do projeto, para ele. Ser altamente livre era a intenção: na experiência, na elaboração do produto, abraçar o acaso e o destino e seguir em frente. Fiquei pensando se alguém consegue ser assim, de verdade, tão desprendido e se, no fim, essa pretensa liberdade toda não era uma limitação também, da mesma forma como ele colocava que as disposições e pré-requisitos da vida social eram imposições limitantes para o ser. Muito filosófico.
Mas ele começou a contar as experiências pessoais e tudo se encaixou um pouco mais: ele queria era reviver algo especial já vivido, compartilhar com alguém essas novidades todas que se descobre quando se têm contato com a realidade, a multiplicidade de discursos, as pessoas que cruzam sua vida e te fazem gentilezas sem pensar muito na necessidade de troca. Ele queria sair daqui para encontrar a vida no cotidiano das pessoas, na vida dos outros. Mas, mal sabe ele, que não é preciso sair explorando Brasil afora para viver tudo isso. Basta fazer as unhas, fechar um bar, fazer amizade com o
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