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terça-feira, 6 de outubro de 2009

Fica Quietinho, que é Melhor.

Esse diálogo se deu na presença de testemunhas um tanto alcoolizadas, mas é fato real. As pessoas perderam a noção. Toda e qualquer noção. Vamos ao relato...Estava no Alley, na Barra Funda, tomando um gim tônica com duas amigas, noite de sábado. Chega um gringo de 20 e poucos anos e puxa conversa (a reprodução mantém só o conteúdo, não tem nenhuma pretensão de ser igual):

Gringo: Vocês aconselham alguma bebida?
Eu: Estamos tomando gim tônica, tá ótima. Mas você é de onde? (um loiro, perdido, com sotaque macarrônico só podia ser gringo).
Gringo: Sou francês.
Eu: E o que você faz em São Paulo?
Gringo: Eu me mudei para cá faz três meses. Estava na minha casa assistindo uns filmes pôrnos brasileiros e achei toda essa sexualidade o máximo. Fiquei me perguntando o que eu fazia na França se aqui eu podia aproveitar a vida e o sexo de forma mais legal. Vim. (só porque viu meia dúzia de porno-chanchadas estava achando que era chegar aqui que ele ia abalar, fiquei curiosa...).
Eu: E o seu plano deu certo?
Gringo: Ah, fiquei só com uma pessoa... (subentende-se que foi frustante e que o gringo está com aquela sensaçãozinha de que caiu no conto do vigário). 

E aí que o cara pegou uma cerveja e cada um foi para um canto, por razões óbvias. Eu estava rindo muito da cara dele e da história e o coitado só queria achar alguém disposto a distrair ele. Mas o que me chamou a atenção foi o fato do francês achar que o estereótipo de brasileira é válido e, partindo desse pressuposto, sair contando essa história para tentar achar alguém. Por que raios daria certo sair falando coisas assim de cara? Cadê todo o jogo da sedução? As pessoas realmente perderam a noção. Mas, pelo menos, as experiências tentadas não foram tão frutíferas quanto ele imaginava.

Outra coisa a se considerar é que, no fim, toda brasileira continua sendo bunda, peito e nudez. E isso está relacionado ao discurso construído no exterior sobre o que é a brasilidade, a cultura do nosso país. Enfim, o que os nossos discursos, imagens, reportagens, filmes, quadros, livros informam ao mundo sobre a nossa realidade, o nosso cotidiano.

4 comentários:

  1. Infelizmente é essa a imagem que os gringos tem do Brasil... Tô sentindo essa "discriminação" na pele por esses dias...

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  2. Eu senti isso um pouco também, quando estava viajando. E é muito chato ter que desmistificar essas coisas, mas acho que é nosso papel (como jornalistas, comunicólogos, cidadãos). Não seria?

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  3. Cherrie Jules, tenho de confessar, com minh'alma amargurada, que muito dessa fama é culpa de nós, homens brasileiros. As gringas vêm para cá com essa imagem, e a gente faz o máximo para confirmar (eu, quando era solteiro, é claro). É como aquela piada de português: "O Brasil é ótimo, é sexo de manhã, tarde e noite". E o outro português: "Sério que você fez tanto sexo assim?". A resposta: "Eu não, minha irmã foi para lá e me contou...". Então vocês, mocinhas, estão livres dessa culpa... Bis.

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  4. Acabei de notar que o título do post responde direitinho o meu comentário anterior... Deve ser uma dessas coincidências do Universo. Bis.

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